segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Wallber Virgolino diz que Estado mantém controle total dos presídios

Secretário de Justiça e Cidadania disse que rebeliões poderiam ter se alastrado para outras unidades.

Da redação com nominuto.com
Por Gerlane Lima
Rayane Mainara
O titular da Sejuc, Wallber Virgolino, disse que o Estado conseguiu evitar o maior número de mortos em Alcaçuz.
O secretário de Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino, disse que o Estado mantém o total controle das unidades prisionais. Apesar da rebelião ocorrida ontem (14) na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, com número de mortos ainda não confirmado, Virgolino disse que a crise poderia ter se espalhado para outros presídios.

“Durante a semana sofremos críticas dizendo que quem mandava no sistema penitenciário do Rio Grande do Norte não era o Estado. Com uma crise dessa, se o Estado não tivesse total controle, as outras unidades prisionais tinham se rebelado, como aconteceu em 2015. Então foi um sucesso porque conseguimos evitar o maior número de mortos. O Pavilhão [4] tem 200 presos. Se morrer 10, 20 é ruim, ninguém queria que acontecesse, mas poderia ter sido 200”, comentou.

Virgolino evitou nomear as facções, mas reconheceu que existe uma disputa pelo controle paralelo do sistema prisional entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime do RN (SRN). “Há uma briga entre as facções, como em qualquer outro canto. Existe uma facção nacional que tenta dominar o Brasil e existem as facções locais que tentam impedir esse crescimento”, disse.

“O sistema penitenciário está sob tensão. Todo o sistema penitenciário do Brasil está tenso nesse momento. O gestor tem que trabalhar em cima disso. Tem que trabalhar em cima de rebeliões, de mortes, fugas, ele não pode trabalhar pensando em outra coisa”, afirmou Virgolino.

Perguntado sobre uma eventual facilitação de servidores públicos dentro da Penitenciária, o secretário disse que somente com a conclusão das investigações para confirmar qualquer desvio de conduta. “Inicialmente a gente trabalha com todas as hipóteses, mas quem vai dizer isso é a investigação. É prematuro a gente tecer comentário em relação a isso”, explicou.

Na coletiva, que contou ainda com a participação da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Instituto Técnico-Científico de Perícia, foram informados os próximos passos da operação. O ITEP está com a equipe de médicos legistas do RN e da Paraíba de plantão para identificar com agilidade as vítimas fatais. As ruas no entorno da sede do ITEP estão sendo interditadas para facilitar o acesso de veículos e familiares das vítimas. Também serão disponibilizados psicólogos e assistentes sociais em uma sala específica para atendimento dos familiares dos presos.

A Polícia Civil contará com três equipes de delegados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e 15 homens para fazer a perícia dos locais de crime. A Polícia Militar continua com o patrulhamento externo, com o helicóptero Potiguar 01, com o Batalhão de Choque e Batalhão de Operações Especiais (BOPE) auxiliando na contenção e recontagem dos presos e na intensificação do trabalho nas guaritas da unidade. O Corpo de Bombeiros e o SAMU também prestaram apoio na operação, contendo incêndios e prestando atendimento aos feridos, respectivamente. A Força Nacional colaborou no patrulhamento.

Ainda não há informações conclusivas sobre o número de mortos na rebelião. A expectativa é de que o levantamento seja concluído até o final do dia. Para repassar informações atualizadas sobre o encerramento da operação, haverá uma outra coletiva de imprensa às 18h na sede da Secretaria de Segurança Pública, no Centro Administrativo do Governo do RN.

Participaram também da coletiva o comandante geral da PM, André Azevedo; o comandante geral do Corpo de Bombeiros, Sócrates Vieira; o diretor geral do ITEP, Marcos Brandão e delegado geral adjunto da Polícia Civil, Correia Júnior.

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